Quarta-feira, 16 de Abril de 2008
nunca tive muito jeito para escrever... mas fazê-lo ajuda-me a compreender o que sinto e a libertar o que me vai na alma...
não há palavras que expliquem o vazio que sinto, a tristeza que para aqui vai...
a minha estrela guia foi-se embora:(
deixou de me iluminar..
acho k nestas alturas acreditar na vida depois da morte, ou nalguma especie de deus ajuda..
não consigo deixar de pensar na ventania que estava nessa tarde, na ventania que esteve nos dias seguintes...
os indios acreditam que o nosso espírito é levado pelo vento, e eu confesso que naquele instante também acreditei...
não se consegue medir a tristeza das pessoas pelo quanto choram, mas eu estou mesmo preocupada comigo porque ainda não chorei.. pelo menos não o suficiente, não compulsivamente e não sei porquê...
já chorei tanto por coisas que não fazem sentido, por coisas que não valem a pena...
e agora que uma das pessoas mais importantes para mim foi embora não choro!
nessa noite o que foi mais forte foi a adrenalina, foi a preocupação com a minha mãe e com o meu irmão
nos dias seguintes com tudo o que havia para tratar e com o facto de fazer com que a minha mae comesse
depois disto tudo invadiu me um sentimento de calma profunda.. como se isto fosse a ordem natural das coisas...
e agora uma tristeza profunda..
dakelas que não nos deixa levantar
e isto tudo ao olhar para um simples copo vazio, para uma luz que já não está acessa
quem é que agora me manda comer a sopa?
quem é que me pede para levar mais um casaco porque vai estar frio?
quem é que me pergunta como correu o dia?
quem é que ralha comigo, e eu embora não concorde nem respondo?
a minha casa que parecia a 3ª guerra mundial é agora vazia
e nao deixo de pensar que apesar da situação em que ela estava perdi alguem que me ouvia e que me percebia muitissimo bem
espero que isto com o tempo melhore, mas sei que há uma parte de mim que vai sentir sempre isto...
Sexta-feira, 4 de Abril de 2008
aqui á uns tempos comprei um livro chamado os melhores contos espirituais do oriente.
é suposto não o lermos de seguida.
é suposto abrir o livro numa página qualquer quando nos apetecer ler...
Ora aqui vai o que me calhou hoje:
Dois indivíduos começaram a discutir por um assunto trivial e um deles começou a proferir os piores insultos contra o outro. Observando aquele espetáculo, um homem sábio aproximou-se deles para fazer de mediador. Então o homem agressivo fugiu a correr e o que ficou explicou ao sábio:
-Estou desolado. Posso dozer-lhe que pratiquei métodos para conseguir chegar á estabilidade mental durante anos, e graças a eles fui capaz de manter a calma apesar dos insultos daquele homem. Mas, ainda por cima chamou-me parvo. Como é que isso o ajuda?
- Não te aborreças amigo-disse o sábio- Se ele pensa que és parvo, quando o aborrecimento lhe passar, sentir-se-á aliviado porque pensará que és simplesmente um parvo. Se pelo contrário fores mesmo parvo, continuarás a sê-lo quer ele o ache ou não.
Isto parece não se adequar muito ao que se passa comigo, mas o bom destas histórias é que quem as lê consegue reportá-las para a sua vida e tirar alguma moral dela....
a minha moral é que a estabilidade mental é a coisa mais importante que existe. Sem ela não somos felizes, não fazemos o que estão á nossa volta felizes e acima de tudo não conseguimos apreciar o mundo.
Sempre pensei que o melhor era mesmo viver o amor ao máximo, ter tudo ou nada. Dar tudo o que tenho, ou então simplesmente não me envolver.
Mas a verdade é que tal como na amizade o amor magoa. As pessoas fazem o que lhes dá bem na real gana e não querem saber de como ficamos ou de como pensamos.
São egoístas, mas se calhar um pouco de egoísmo faz bem a toda a gente.
Alguém me disse que sou demasiado dada, que os problemas dos outros são os meus problemas também. Que faço tudo para ajudar os que estão á minha volta sem eles pedirem e que depois tenho grandes dissabores quando sou eu a precisar e as pessoas não estão cá.
Assim sendo vou tentar ser um pouco mais egoísta, para ver se mantenho a paz de espírito. Tou cá quando precisarem, mas peçam ajuda. Não vou mais armar-me em bombeira para apagar todos os fogos. Vou só apagar aqueles que começo e os que sei que consigo apagar.
Vou tentar levar as coisas com mais calma e mais racionalidade...
Vamos lá ver se consigo fazer isto tudo sem deixar de ser quem sou;)